Zero Trust na prática: como empresas brasileiras estão se adaptando à nova realidade da cibersegurança 

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cibersegurança,Estratégia Corporativa,segurança da informação,Transformação Digital,Zero Trust
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O modelo Zero Trust, antes restrito a manuais de boas práticas e relatórios de segurança, tornou-se uma prioridade corporativa. Em um cenário em que o Brasil foi o segundo país mais atacado por ransomware em 2024, segundo a Fortinet, adotar uma postura de confiança zero deixou de ser uma opção e tornou-se um imperativo estratégico

A nova fronteira da segurança não se limita mais a proteger perímetros, mas a garantir que cada identidade, dispositivo e aplicação sejam continuamente verificados, em tempo real, sob o princípio: “nunca confie, sempre verifique.” 

Por que o Zero Trust é o novo padrão de segurança corporativa 

Com ambientes híbridos, trabalho remoto e cadeias digitais cada vez mais interconectadas, a superfície de ataque cresceu exponencialmente. Segundo o Gartner (2025), até 2026 70% das empresas globais terão adotado alguma forma de arquitetura Zero Trust, contra menos de 10% em 2022. 

No Brasil, o movimento segue o mesmo ritmo: 52% das organizações já iniciaram sua jornada Zero Trust, de acordo com a IDC Brasil (2025), motivadas principalmente por três fatores: 

  • Conformidade com a LGPD e regulações setoriais; 
  • Redução dos riscos de ransomware e vazamentos de dados; 
  • Busca por resiliência operacional e governança digital

O Zero Trust deixa de ser apenas um modelo técnico e passa a integrar a estratégia de controle empresarial, conectando segurança, compliance e gestão de riscos. 

O movimento no Brasil: da teoria à prática 

Empresas brasileiras vêm adotando o Zero Trust de forma gradual e estratégica, adaptando a arquitetura ao seu nível de maturidade tecnológica. Alguns exemplos se destacam: 

  • Banco do Brasil: Implementou autenticação multifator (MFA) e controles de acesso baseados em contexto — como geolocalização e dispositivos confiáveis, reduzindo em mais de 60% os incidentes de acesso indevido em 2024. 
  • Ambev: Adotou a microsegmentação em suas plantas industriais conectadas, isolando ambientes de TI e OT e reduzindo drasticamente o risco de propagação lateral de ataques. 
  • Totvs: Utiliza monitoramento contínuo com XDR (Extended Detection and Response) e políticas de privilégio mínimo em ambientes de desenvolvimento, reforçando a segurança sem comprometer a produtividade. 
  • Rede D’Or São Luiz: Investiu em visibilidade e controle sobre dispositivos médicos e credenciais privilegiadas, combinando Zero Trust com IA para detecção precoce de anomalias. 

Esses casos mostram que maturidade digital e controle de acesso são hoje fatores críticos de competitividade. 

Desafios da jornada Zero Trust 

Apesar dos avanços, os desafios permanecem e reforçam o quanto essa transformação exige visão estratégica e mudança cultural

  • Integração com sistemas legados: a maioria das empresas ainda opera com infraestruturas híbridas e ambientes multicloud. 
  • Cultura de segurança: a mudança de mentalidade é tão importante quanto a tecnologia. 
  • Escassez de profissionais qualificados: o Brasil enfrenta um déficit estimado em 400 mil especialistas em cibersegurança, segundo a ISC² (2025). 

De acordo com o Forrester Zero Trust Maturity Report (2024), apenas 28% das empresas atingiram o nível “avançado” de implementação, com visibilidade completa e políticas adaptativas integradas. 

Os cinco pilares para uma implementação eficaz 

Com base na experiência da NetSafe Corp em projetos de Gestão de Postura de Segurança e arquitetura Zero Trust, é possível traçar um roteiro prático de adoção: 

  1. Mapeie e classifique seus ativos críticos 
    Identifique quais dados, usuários e aplicações exigem maior proteção. 
  1. Adote autenticação contínua e contextual 
    Invista em MFA confiável, baseada em geolocalização, device ID e comportamento de uso. 
  1. Aplique o princípio do privilégio mínimo 
    Nenhum usuário deve ter mais acesso do que o necessário, e todos os acessos devem ser revisados periodicamente. 
  1. Implemente monitoramento inteligente (EDR e XDR) 
    Integre detecção e resposta com correlação de eventos, automação e visibilidade unificada da superfície de ataque. 
  1. Eduque seu time e promova uma cultura de confiança zero 
    Tecnologia sozinha não sustenta o modelo. Treinamentos, políticas claras e uma visão corporativa de segurança são indispensáveis. 

Da segurança à governança: o Zero Trust como modelo de gestão 

O conceito de “segurança ligada ao controle empresarial”, defendido por Waldo Gomes, Head de Estratégia da NetSafe Corp, traduz o papel do Zero Trust no contexto corporativo: 

“Mais do que impedir invasões, o Zero Trust cria uma estrutura de governança. 
Cada acesso, cada identidade e cada endpoint passam a fazer parte de uma engrenagem estratégica de gestão e tomada de decisão.” 

Ao integrar dados, tecnologia e processos, as empresas conquistam uma visão holística e preditiva de seu ambiente digital, condição essencial para sustentar inovação com segurança

O futuro: Zero Trust como diferencial competitivo 

O Gartner projeta que, até 2027, empresas com políticas consolidadas de Zero Trust reduzirão em até 80% os impactos financeiros de incidentes cibernéticos. 
Além da redução de riscos, o modelo oferece ganhos de agilidade e eficiência operacional, especialmente quando combinado com IA, análise comportamental e automação de resposta

A jornada de Zero Trust é, portanto, um investimento estratégico,não apenas em segurança, mas em governança, reputação e continuidade de negócios

Conclusão 

O Zero Trust redefine a segurança corporativa no Brasil, transformando-a em um pilar de controle, confiança e competitividade

As empresas que já percorrem essa jornada comprovam que a adoção gradual e bem estruturada, apoiada em tecnologia, processos e cultura, gera resultados concretos: redução de incidentes, conformidade regulatória e eficiência operacional. 

A NetSafe Corp atua como parceira estratégica nessa transformação, conectando inteligência, tecnologia e controle empresarial para apoiar organizações na construção de um ecossistema digital mais seguro, resiliente e preparado para o futuro.