Relacionar comportamento, avanço tecnológico e segurança da informação pode parecer uma missão um tanto quanto complexa – ou atrevida. Começo com a definição da palavra geração, a qual apresenta mais de oito significados no dicionário. Uma vez que em nosso dia a dia aplicamos o termo para indicar desde um novo modelo de carro ou celular até os estágios da humanidade. Elegi a ‘espaço de tempo que separa cada grau de filiação’, para apoiar este comparativo.
A classificação das gerações surgiu como forma de compreensão no modo de impacto que as diferentes experiências exercem no ciclo de vida. Isso inclui o amadurecimento e a definição de mundo dos indivíduos, segundo Michael Dimock, presidente da Pew Research Center, responsável por uma pesquisa que busca entender os ciclos da humanidade.
Acontecimentos globais, novas políticas econômicas e sociais são fundamentais para que haja pleno entendimento deste modo de pensar e atuar. Engana-se quem pensa que com a segurança da informação é diferente. Assim como a população se desenvolve, a tecnologia para identificar e proteger os ambientes das ameaças evolui.
Boomers ou millennials?
As gerações são permeadas pela tecnologia. O hardware e o software foram sendo aperfeiçoados e incrementados desde a geração silenciosa (pós 2ª Guerra Mundial). Passando pelos Boomers (1960 e 1970), Geração X (década de 1980), Millennials (nascidos até 1996) e os Pós-Millennials ou Geração Z (desde 1997).
Apesar de serem feitas para facilitar o dia a dia das pessoas, as tecnologias trouxeram uma preocupação. As brechas das máquinas e sistemas e, com elas, a quebra de sigilo e vazamento de informações. Mas para a proteção, criaram-se soluções. Essas são classificadas em gerações de 1 a 5 (até este momento).
Iniciamos na década de 1980 com os vírus. A solução encontrada para identificar e detê-los foi o antivírus. Na sequência, a geração das redes com a chegada da internet refletiu na implantação de firewalls e sistemas de detecção de intrusão (IDS, sigla em inglês).
A segurança da informação nos anos 2000
No rápido avanço dos anos 2000, temos o boom dos aplicativos e a vulnerabilidade nas estruturas de TI. Eles implicaram no desenvolvimento do IPS, um sistema para prevenir a invasão dos sistemas pessoais e empresariais.
Em menos de 10 anos, a geração 4 – chamada de Payload – e a 5, conhecida como Mega, são marcadas pelo aumento de ataques direcionados, desconhecidos e as violações de dados. Além dos mega ataques em grande escala e os multi-vetores, que têm como alvo indivíduos, empresas e países. A partir delas, o portfólio de segurança foi incrementado e expandido. Isso originou soluções como sandbox, que é uma máquina virtual para registrar os danos causados no sistema. Originou também métodos de prevenção contra ameaças em uma arquitetura unificada. Ela compartilha inteligência em tempo real para proteger rede, nuvem e dispositivos móveis.
Concluímos que, assim como a sociedade evolui, a tecnologia de proteção e prevenção vem no mesmo ritmo. Ouso até em dizer que mais acelerado e poder mixar soluções específicas para atender empresas de diferentes portes e segmentos é como o relacionamento de um boomer com um pós-millennial.
Por Waldo Gomes, diretor de Marketing e Relacionamento da NetSafe Corp